por EUGES LIMA (historiador)
Capitão Demétrio é o nome de uma das ruas mais antigas de Tutóia. Existe também em Barro-Duro, distrito do município, outra rua em sua homenagem, além de uma escola no Município de Água Doce. Mas quem foi esse personagem da história de Tutóia para além de batizar alguns logradouros da região?
Demétrio de Araújo Cerveira pertenceu à geração de Paulino Neves, foi seu sócio, compadre – padrinho de D. Zelinda Neves - e aliado político, pertencente ao seu grupo. Era natural da povoação de Barro-Duro, Capitão da Guarda Nacional, era o maior comerciante do local e tinha sua casa e loja localizada próxima à margem do Rio.
Foi vereador por várias legislaturas, desde a antiga Vila de Tutóia (Tutóia Velha) até depois já na nova sede (Tutoia Nova) no antigo povoado de Salinas, chegando a ser presidente da Câmara várias vezes.
Meu avô, Antônio Silva (1910/2007), natural do Barro-Duro, era sobrinho do Capitão Demétrio, filho de sua irmã Maria José Silva (minha Bisavó), portanto, tenho parentesco com esse Capitão, ele era meu Tio-Bisavô.
Há poucos registros sobre o Capitão, alguns são notas de jornais antigos do Maranhão de fins do século XIX e primeiros decênios do século XX, geralmente tratando sobre eleição e posse na Câmara de Tutóia.
Em 1901, ele se encontrava presidindo a Câmara Municipal de Tutóia numa sessão extraordinária que aprovava por unanimidade um protesto para o governador do Maranhão contra a tentativa do Piauí de se apossar das ilhas do Delta do Parnaíba pertencentes ao território do Maranhão, episódio que ficou conhecido como “A Questão de Tutoia”, que foi muito debatido entre estudiosos e políticos de ambos os estados no início do século XX:
Acta da sessão extraordinaria da Camara Municipal de Tutoya, do Estado do Maranhão, sob a Presidencia do Veriador Demetrio d’Araujo Cerveira. – Aos vinte dias do mez de Dezembro de mil novecentos e um, pelas dez horas da manhã, reunidos no Paço da Camara Municipal desta Villa, os Veriadores Demetrio d’Araujo Cerveira, Dorotheu Gomes d’Almeida Portugal, Bento Pereira de Britto, Joaquim dos Santos Veras e Francisco Luis Soares, foi aberta a sessão estando presentes o Intendente Clementino d’Oliveira Ramos e o Sub-Intendente Sabino Francisco da Conceição (AMARAL, 1919, p. 319)
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