Historiadores sustentam que o nome Tutoia tem origem na língua tupi-guarani, significando "água boa". Outra interpretação aponta que o termo pode derivar também do dialeto indígena, significando "lençol de areia" ou "grande extensão de dunas". Uma terceira teoria sugere que Tutoia é uma corruptela de "Ototói", derivando do nome do rio "Ototói", expressão que significaria "que encanto, que beleza!". Esta última versão, é a mais aceita por historiadores.
No entanto, uma proposição do século XVII, registrada por Ludovico Schwennhagen em seu livro "Antiga História do Brasil", sugere uma origem fenícia para o nome. Segundo o autor, os fenícios, após a destruição de Tróia pelos gregos, teriam estabelecido uma colônia chamada Tur-Troya no Brasil, especificamente em Tutoia, como um entreposto marítimo no Delta do rio Parnaíba, próximo a Sete Cidades (Cantanhede, 2005; Schwennhagen, 1986; Moreno, 2011). Esta versão, é baseada em dados etnográficos, históricos, arqueológicos e na narrativa de Diodoro, historiador grego contemporâneo de Júlio César, é vista por alguns como uma lenda.
Mas, segundo Schwennhagen, a cidade de Tutoia, no Maranhão, e Sete Cidades, no Piauí, teriam sido fundadas por navegadores fenícios e imigrantes da Ásia Menor. Esses imigrantes, que chegaram em navios fenícios, teriam escolhido a região para construir um estratégico forte, de onde poderiam controlar a foz do rio Parnaíba. As evidências podem estar no fato de que Tutoia é citada desde 1614, originalmente era denominada como "Ototoi" (MORENO, op. cit.).
No entanto, a versão mais aceita para o nome Tutoia, no entanto, é a indígena, tratando-se de uma corruptela de "Ototói", que faz referência a "que beleza", "que encanto", aos lençois de areia.
Para além disso, evidências históricas mostram outro nome para a cidade, que foi denominada de "Vila Viçosa de Tutoia" (antigo povoado “Mayrim dos Índios”, citado pelo Padre Hélio Maranhão ), menção presente em documentos, como o jornal Pacotilha de 4 de abril de 1825, onde o comandante das armas da vila enviou um ofício ao governo do estado, reforçando a presença e o significado local do nome Tutoia. (primeira coluna cita a Vila Viçosa de Tutoia). À época, pelo que se colhia das publicações, a vila de Tutoia prosperava na região, era a de maior destaque. Na atualidade, a antiga vila é denominada de Tutoia Velha e o porto de Salinas passou a ser denominado de Tutoia (sede municipal).
Página 2, do jornal Pacotilha (MA), publicação de 10 de abril de 1886.
Autor: professor Elivaldo Ramos
Fontes:
Vide a citação do primeiro capítulo desta obra ao citar a "Jornada do Maranhão: por ordem de sua majestade feita no ano de 1614", de Diogo de Campos Moreno. Edições do Senado Federal ; v. 161. Editora do Senado: Brasília, 2011. Disponível em: https://www2.senado.gov.br/bdsf/handle/id/573545 .
Hélio Maranhão, em um escrito seu feito ao “Jornal do Maranhão” de 26 de julho de 1964, página 3, descreve a Tutóia Velha como “sítio Mayrim dos índios", na publicação intitulada “História viva de Tutoia ao Delta. Myrim, Tutoia dos índios”. Segue o print do jornal. Ver matéria do jornal no ano de 1964, em: https://memoria.bn.gov.br/DocReader/docreader.aspx?bib=112135&pesq=%22mayrim%22&pagfis=2488. Acesso em 2023.
Vide Jornal Pacotilha (MA) - 1880 a 1909 - disponível em: memoria.bn.br. Veja também: https://memoria.bn.gov.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=168319_01&Pesq=%22intendente%22&pagfis=394 - na segunda coluna - esta vila viçosa é de Portugal. Acesso em dezembro de 2023.
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