PERSONALIDADE TUTOIENSE: Nonato Freitas, tutoiense de coração

 Na ocasião do Aniversário de emancipação de Tutoia, é comum que se homenageie a cidade entoando a "Aquarela de Tutóia", canção cujo título original é Aquarela de Minha Terra, de autoria de Nonato Freitas. Esta semana postarei algumas informações sobre o artista, como fiz ano passado e nunca é demais repetir, dada a importância das composições de Nonato Freitas para Tutoia!


              

                          

Raimundo Nonato de Freitas, nasceu na Vila da Amarração no Piauí (atualmente Luís Correia), no dia 07 de julho de 1926. Era filho de Benedito Bernadino de Freitas e Maria Otávia de Freitas. A família mudou-se para Tutoia quando Nonato Freitas tinha apenas 1 mês de nascido. A ACALT tem o privilégio de ter entre seus partícipes, um dos irmãos do artista, o Sr. Rubem Freitas.


Quando criança, recebeu o apelido de “Raimundo Faquinha”, pois o menino gostava de confeccionar barquinhos com faquinhas produzidas por ele, com a cinta de aço que envolvia barris, já demonstrando habilidades manuais.


Vivendo toda sua infância e adolescência em Tutóia, despediu-se de sua terra querida, rumo a São Luís-Ma, em 1947, aos 21 anos, para servir ao 25º Batalhão de caçadores do Exército, chegando a Sargento. Residiu também em Fortaleza-Ce e depois em Recife-Pe, onde fez o curso de Enfermeiro Prático, no Departamento de Saúde de Pernambuco. Já diplomado, muda-se para o Rio de Janeiro, onde prestou concurso e ingressou na Marinha Mercante, exercendo a função de Enfermeiro.


Nonato Freitas viajou bastante, trabalhando em navios de longo curso. Conheceu outros países, o que o deixava mais ainda distante de sua terra querida. Teve contato com outras culturas, aperfeiçoou seus conhecimentos na área de saúde, o que lhe proporcionou status de médico. Ainda fez parte do Sindicato Nacional dos Enfermeiros da Marinha Mercante. Atuou também nos Ministérios da Saúde e dos Transporte até se aposentar.


Do seu casamento com Maria de Jesus Oliveira Freitas, teve cinco filhos. O mais novo, Manoel Freitas Sobrinho, herdou os dons artísticos do pai, é músico, já foi premiado interpretando as músicas de Nonato Freitas, num festival de música do SESC.


Apreciava o convívio com a família, gostava de compor versos e pintar paisagens, não dispensando a companhia do seu melhor amigo, o violão.


Nonato Freitas nutria intensa paixão por Tutóia, adotando-a como sua do coração e sempre que podia visitava sua terrinha querida. Esse grande sentimento refletiu-se em sua arte. A maior parte das pinturas a óleo retrata Tutoia. Algumas telas encontram-se sob posse de familiares. Outra que retratava o centro da cidade, com a Prefeitura e a praça Getúlio Vargas, foi doada à Prefeitura e encontra-se perdida. Os poemas não fugiam à regra, cheios de sentimentalismo exaltam Tutoia, descrevendo suas belezas e demonstrando um saudosismo irremediável. Todo esse sentimento reuniu um admirável número de músicas, poesias, contos e pinturas a óleo, além de desenhos, que dentre outros temas, Tutoia é o mais citado.


Sua mais famosa composição é “Aquarela de minha terra”, canção entoada na cidade até mais que o próprio Hino de Tutoia.


Vítima de complicações do alcoolismo, Nonato Freitas faleceu em Parnaíba-Pi, no ano de 1989, no entanto continua vivo em sua arte e na memória dos tutoienses.


O artista é sempre lembrado na cidade em eventos culturais, a “Aquarela de minha terra” e a canção “Tutóia” (conhecida como Canção de Tutóia) são sempre executadas como homenagem ao artista e à cidade. A Rua Magalhães de Almeida recebeu também o nome de Rua Raimundo Nonato de Freitas, num projeto de Régis Conceição no governo de Egídio Júnior. Há também, na zona rural,  uma escola municipal  batizada com o nome do artista. Nonato Freitas é Patrono na cadeira nº 9, da Academia de Ciências, Artes e Letras de Tutóia – ACALT, ocupada pela Professora Gabrielle Damasceno Ramos.


A  paixão por Tutoia é o que eterniza o artista e a relevância em conhecê-lo está em redescobri-lo por meio de sua obra, que exalta a cidade singela e docemente.



Artigo da professora Gabrielle Ramos, em 24 de Março de 2013. 


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