A Barragem do Salgado ou Barragem do Aeroporto de Tutoia

 

Antigo aeroporto de Tutoia. Foto: facebook do Neto Sales 


A Barragem do Salgado, trata-se de uma obra de infraestrutura urbana construída na parte final do campo de pouso de Tutoia, sendo concluída no ano de 1996, último ano do governo do prefeito Bebeto Caldas, para conter o avanço da maré que adentrava até a rua Bento Soares, na cabeceira do referido campo de pouso. 

Para se falar da Barragem de Tutoia, é preciso entender como se deu a povoação do antigo aeroporto, efetivamente iniciada no começo dos anos 2000. Como várias residências passaram a ser construídas, primeiramente no lado do Cemitério da Igualdade e posteriormente no lado oposto, e nas proximidades um braço do igarapé Comum, nas marés altas, alagava toda a área e o povo passou a reclamar à municipalidade. Foi assim que em 1996 iniciou-se a obra, sendo financiada com recursos do governo estadual, e por força reivindicatória do então deputado estadual Zé Orlando, que havia sido eleito em 1994, com expressiva votação de Tutoia, tendo o apoio do então prefeito Bebeto. 

A obra inicial rompeu e precisou de uma complementação, sendo reinaugurada em 1997, no primeiro ano do governo do prefeito Egidio Junior. 

Na Barragem, começa no monumento conhecido como “Santo da Barragem”, até o início do campo de dunas, ali inicia a rua Capitão Demétrio, maior rua de Tutoia, que vai da entrada da cidade até a praia da Barra. Em torno da barragem se formou a povoação do Aeroporto, estando situada entre os bairros Cajueiro e Monte Castelo. Quando da inauguração, o logradouro recebeu o nome de Marcone Caldas (Aterro do Salgado), e, posteriormente, foi renomeada para Renato Caldas (falecido), pai do então prefeito Bebeto, nome pouco conhecido e utilizado. 

A barragem, segundo a escritora Bernarda Cantanhêde, era uma obra desejada há muitos anos, desde a construção do Porto de Zé Victor, conhecida como Barragem do Cemitério, prometida por muitos prefeitos. Segundo a escritora, o prefeito Nemésio Gomes Neves se comprometeu, havia se comprometido a construíla em 1952, sem sucesso. O prefeito Zilmar Melo Araújo, em 1971.

Além da obra da barragem, o deputado Zé Orlando canalizou várias emendas estaduais para Tutóia e o Dr. Bebeto, naquela época, conseguiu projetos importantes para o município. A exemplo da ampliação do Hospital Lucas Veras, dotando-o de completa sala de cirurgia, reformou a Praça do Folclore José Sarney, equipando-a com pista de dança. Reformou a Praça dos Tremembés. Construiu a Ponte do Paxicá, com cimento armado. Na época eram poucas as escolas municipais construídas em alvenaria, e uma das que marcou sua gestão foi a ampliação da escola municipal, Colégio Nemésio Neves, no centro da cidade. Outras várias escolinhas comunitárias foram criadas nos povoados por iniciativa de alguns vereadores. 

A administração de Dr. Bebeto foi toda voltada para o aspecto urbanístico da cidade, notadamente na melhora das ruas, com colocação de piçarras, permitindo o tráfego de todo tipo de veículo. As estradas da sede para os povoados em sua maioria eram arenosas sem qualquer tipo de pavimentação. A estrada do Distrito de Barro Duro ao Povoado São Bento, por exemplo, foi construída no seu governo, com pavimentação de barro. Abriu estradas vicinais para Tutóia Velha e Porto de Areia, construiu a Praça Laura Pinto, no povoado Porto de Areia. Foi em sua gestão que conseguiu emenda estadual para pavimentação asfáltica da rodovia MA-034, de Tutóia a Canabrava, que era de piçarra. Restaurou a galeria sanitária da Rua Senador Leite, até o Cais do Porto.

Antes de ser popularmente conhecido como “Barragem”, aquela região foi denominada de “Salgado”. Era muito comum a criançada tomar banho no período das marés grandes, onde atualmente fica o campo da Iraci. “Antes da barragem, aquilo tudo virava um grande igarapé na maré cheia. Os meninos que residiam na Favela iam sempre tomar banho lá e eu era um deles”, rememora o professor Elivaldo Ramos. 






Texto: professor Elivaldo Ramos Lima, em 28 de março de 2022. 





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