PREFEITOS DE TUTOIA: Celso dos Santos Véras

Prédio da Prefeitura de Tutoia. Foto: Arquivo, 2022
Texto: escritor Kenard Kruel 
Celso Veras, foto da rede social 


Celso dos Santos Véras nasceu em Tutóia Velha, a 30 de novembro de 1896. Filho de Joaquim dos Santos Véras e de Felicidade Rosa Neves. Casou-se com Belinha, com quem teve as filhas Teresinha, Felicidade e Eunice.


Era um dos homens mais abastados de Tutóia, com comércio e casas de aluguéis.

A 1 de janeiro de 1922, Celso dos Santos Véras tomou posse como vereador de Tutóia, juntamente com Demétrio Cerveira, Deolindo Lopes, Euclides Gomes Neves, presidente, e Teotônio Reis, vice-presidente. Tomaram posse, ainda, como prefeito Pedro Luiz Soares e vice-prefeito Esperidião Santos Rocha.


O Jornal (MA), de 29 de janeiro de 1923, 1 página, publicou:

“Nas homenagens projetadas ao Dr. Raul Machado - O Dr. Nestor Véras representará as seguintes pessoas: Paulino Neves, Euclides Neves, Demétrio Cerveira, Clementino Ramos, Celso Véras, Ataíde Soares e Sabino Conceição”.

O jornal Pacotilha (MA), de 23 de setembro de 1924, página 4, noticiou:

“Eleições no interior - Tutóia, 20 (Via Parnaíba) - Para prefeito: Artur Ataíde de Almeida, 113 votos; José Almeida Ataíde, 96 votos. Para subprefeito: Benedito Almeida Ataíde, 113 votos, Esperidião Santos Rocha, 96. Para vereadores: Procópio Pompeu Nunes de Souza, Joaquim Oliveira Araújo, Vitorino Matos, José Henrique da Costa, 113 votos cada, Celso Véras, Clementino Ramos, Gil Araújo, Demétrio Cerveira, 96 votos”.

Houve rompimento do deputado Marcelino Machado com Godofredo Viana, este presidente do Estado e do Partido Republicano no Maranhão. De Tutóia, deram apoio e solidariedade ao Dr. Godofredo Viana, entre outros, os vereadores Celso dos Santos Véras, Clementino Ramos, Deolindo Reis, e, também, o líder político e comerciante Paulino Gomes Neves.


O jornal Diário de S. Luís (MA), de 4 de março de 1925, página, 4, publicou:

“Tutóia, 16 - Câmara Municipal de Tutóia comunica v. exc. que, em sessão extraordinária, foi aprovada uma moção de apoio e solidariedade ao nosso Governo, que será sempre vitorioso. Saudações cordiais. Clementino Ramos, Celso Véras, Deolindo Reis.

Tutóia, 26 - Fio interrompido ontem recebi vosso telegrama de dezoito. Lamentando incidente havido partido, dou todo apoio e solidariedade prezado amigo, a quem reconheço como chefe prestigioso. Paulino Neves”.

Em 1929, foi presidente da Câmara, na gestão do prefeito Pedro Luiz Soares.


O jornal O Imparcial (MA), de 4 de dezembro de 1929, 1 página, noticiou:

“Tutóia, 10 - Constando Marcelino Machado publicou jornais Rio notícias afirmando adesão este município chapa Getúlio Vargas - João Pessoa, quando todo município continua solidário chapa Júlio Prestes - Vital Soares, vimos pedir prezados amigo protestarem contra este boato, visto que chapa Liberal não tem elemento algum aqui. Saudações - Paulino Neves, Benedito Romão, prefeito, Celso Véras, presidente Câmara, Clementino Ramos, vereador, Bento Soares, vereador, Gil Araújo, vereador”.

Em 1930, Celso dos Santos Véras foi presidente da Câmara dos Vereadores na gestão de Benedito Francisco Romão.


O jornal O Imparcial (MA), de 29 de janeiro de 1939, página 9, noticiou:

“O Diário Oficial de 28 do corrente publicou os seguintes atos:

Da Interventoria Federal - Nomeando os cidadãos Celso dos Santos Véras, Manoel Patrício de Medeiros e Benedito Francisco Romão para os cargos, respectivamente, de 1o, 2o e 3o suplentes de juiz de Direito de Tutóia, Comarca de Araioses.

Foi vice prefeito na gestão de Felipe de Almeida Ramos (31.1.1956 a 31.1.1961).

Nas eleições de 3 de outubro de 1960, Celso dos Santos Véras, tendo como vice José de Matos Silva, concorreu com Antônio José Neves Rodrigues, que teve como vice José de Almeida Véras. Foi um das mais disputadas e violentas que já se realizou naquele município. Ninguém podia prever quem iria ganhar, mas a oposição era a favorita. 

No dia da votação, pistoleiros contratados pelo deputado estadual Vitorino Freire, apoiador situacionista, chegaram a Barro Duro, com o objetivo de impedir a votação do Povoado Jardim, onde a oposição era forte, e daria vitória aos seus candidatos. Por volta das 11 horas, quatro jipes, com eleitores do referido povoado chegaram, sendo recebidos por rajadas de metralhadoras e de outras armas de grosso calibre a cerca de dois quilômetros da sessão. Atingida na cabeça, morreu Maria Zuleide, 18 nos de idade, que votaria pela primeira vez. Os bandidos, não satisfeitos, praticaram relações sexuais com o cadáver.

Houve troca de urnas. Os dois grupos seguiram, de avião, para Chapadinha, onde se daria a apuração da eleição. É que o juiz da comarca de Chapadinha respondia, temporariamente, pela comarca de Tutóia.

O jornal Correio Braziliense, de 13 de novembro de 1960, página 3, publicou:

“Diplomação anulada - São Luís (Meridional) - Foi declarada sem efeito a diplomação do prefeito e vice prefeito de Tutóia, srs. Antônio José Neves Rodrigues e José de Almeida Véras. Provocou a decisão do TRE um recurso do PSD. Foi anulada a votação da 5a secção daquele município. Mas não haverá suplementares, estando, em consequência, assegurada a eleição e diplomação dos outros candidatos, srs. Celso dos Santos Véras e José de Matos Silva”.

Neste meio tempo, um boato deixou todo mundo de orelha em pé. O mesmo bando que havia emboscado os eleitores e assassinado Maria Zuleide havia sido contratado para matar Antônio José Neves Rodrigues, que, acobertado por amigo e coreeligionários, viajou imediatamente para Teresina, sob a lona da carroceria de um caminhão, carregado de sacas de babaçu. De Teresina, seguiu para o interior de São Paulo, onde residiu mais de dez anos. Ali trabalhou como empresário de artistas, um deles Luís Bordon, o Rei da Harpa Paraguaia, considerado um dos maiores solistas em toda a história deste instrumento. Até que 12 anos depois, já com a poeira assentada, ele retornou a Tutóia. Reagrupou os amigos e entrou na política novamente.

Celso dos Santos Véras e o vice José de Matos Silva, tomaram posse a 31 de janeiro de 1961. Os primeiros dias de mandato foram de muitas turbulências sociais. Ninguém esquecia o assassinato da Maria Zuleide e havia pressão do povo para achar e julgar os assassinos. Homem de rígida formação moral, ele procurou solucionar os fatos e tocar a administração. Mas, não suportou a pressão política. Adoeceu. Um ano depois, praticamente, pediu licença para tratamento de saúde.

O jornal Pacotilha (MA), de 9 de setembro de 1961, página 4, noticiou:

“Eleito presidente da Câmara de Tutóia - Realizou-se no dia 7 de setembro, em Tutóia, com a presença do deputado Mário Flexa Ribeiro, representante daquele município no Legislativo Estadual e do sr. Antônio Machado Neves da Costa, representante da comuna tutoiense, aqui, a eleição para presidente da Câmara Municipal, tendo sido escolhido, por unanimidade de votos, o vereador Manoel Freitas de Araújo, destacado representante do PTB.

No mesmo momento, foi apresentado pelo cel. Celso dos Santos Véras, prefeito municipal, pedido de licença para viajar para o sul do país, em tratamento de saúde, tendo, em consequência, assumido a direção do Executivo, ali, o vice-prefeito eleito José de Matos Silva, prestigioso chefe político no município.

Na mesma oportunidade, a Câmara Municipal apreciou pedido de renúncia que lhe foi apresentado pelo vereador Manoel de Jesus Silva”.

Celso dos Santos Véras não manifestou interesse em retornar ao cargo na Prefeitura de Tutóia, que foi assumido pelo vice-prefeito José de Matos Silva, encerrando-o a 1 janeiro de 1966.

Faleceu em Parnaíba, a 30 de janeiro de 1989.


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