Nesta sociedade
marcada pela violência e por pseudovalores, os pais precisam disputar os filhos
com grupos de “culturas desviantes ou culturas marginais”, que se apresentam
oferecendo “trabalho rentável, consumo e curtição” como fuga para as
ansiedade da vida.
Recentemente, o
delegado Miguel Lucena publicou obra sobre uma categoria de pessoas com
comportamentos absolutamente desviantes, a que ele denominou de desembestados,
que são pessoas que perderam os freios morais: não têm medo do poder divino e
não respeitam a lei; não sentem vergonha, menos ainda culpa. Estudiosos da
Pedagogia Social, como Caliman(2009), corroboram a compreensão sobre a
existência de “culturas desviantes ou marginais” que colaboram para a formação
de atitudes com base nas quais se justificam determinados comportamentos
irracionais ou desviantes.
Cultura do poder e
da força: “Felicidade é ser forte e poderoso”; cultura da onipotência pessoal:
“Cada um por si e Deus por nós todos”; cultura do negativismo: “A vida não tem
sentido”; cultura do desempenho ou da indiferença pelos problemas políticos e
sociais: “Não estou nem aí...”; cultura do infantilismo e da busca de
emotividade como matriz de novas experiências à revelia da racionalidade: “Eu
quero é adrenalina, não dá nada”; cultura da fuga e da evasão para esquecer e
diminuir a ansiedade: “Feliz é quem sabe curtir e gozar a vida”; cultura da
aparência: “O belo é aquele que aparece, que fascina, que faz
notícia”; cultura da esperteza, do silêncio, da cumplicidade que reforça as
atitudes servilistas e de esperteza nas relações: “Gosto de levar
vantagem em tudo”.
Os pais não vêm
dando conta da educação para os valores humanos - quando os têm -, e, para não
conflitar, delegam cada vez mais a outras instituições a educação dos seus
filhos.
Texto: Maria José Rocha é
mestre e doutoranda em Educação. Ex-deputada pela Bahia, preside a Casa da
Educação Anísio Teixeira em Brasília. Publicado em: http://www.diariodopoder.com.br/artigo.php?i=59521566098
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