Conforme foi amplamente anunciado na imprensa parnaibana, a Academia Parnaibana
de Letras - APAL, reuniu-se na noite da ultima sexta-feira 12, no auditório da
Ordem dos Advogados do Brasil, sob a presidência do Dr. Antônio de Pádua
Ribeiro dos Santos para dar posse a 04 novos acadêmicos, dentre os
quais eu, que assumi a cadeira de nº 35 que foi ocupada anteriormente pelo
jornalista Rubem Freitas e tem como patrono Dom Paulo Hipólito de Sousa
Libório. Os demais que tomaram assento em cadeiras daquele sodalício em 12
de maio do corrente ano foram: Breno Pontes, ocupando a cadeira de número
05, que tem como patrono Alarico da Cunha e último ocupante Aldenora Mendes;
Roberto Cajubá, ocupando a cadeira de número 15, que tem como patrono Simplício
Dias da Silva e último ocupante Iweltman Mendes; Antônio de Pádua Marque,
ocupando a cadeira de número 24, que tem como patrona Luiza Amélia Queiroz e
último ocupante Edmeia Rego.
Cada um dos novos acadêmicos fez um discurso breve falando do seu patrono e do/
ou dos acadêmicos antecessores na cadeira, após o que, o juiz aposentado,
poeta, e acadêmico fez o discurso de saudação aos novos imortais.
Sobre a saudação do poeta Elmar mandei para o grupo do whatsapp da APAL a
seguinte quadrinha:
o poeta Elmar Carvalho,
muito bem se expressou
e num discurso eloquente
aos novatos ele saudou
Publico a seguir o discurso que fiz na referida solenidade:
aos novatos ele saudou
Publico a seguir o discurso que fiz na referida solenidade:
Senhor Presidente,
Distintas autoridades,
Senhoras e Senhores,
O poeta e escritor brasileiro Mário
Quintana disse certa vez que “viver é acalentar sonhos e esperanças,
fazendo da fé a inspiração maior. É buscar nas pequenas coisas um grande
momento para ser feliz”. Já o médico e psicanalista Sigmund
Freud, de nacionalidade austríaca, afirmou que “o sonho representa a
realização de um desejo” enquanto que o imortal Walt Disney disse que
“todos os nossos sonhos podem se tornar realidade se tivermos a coragem de
segui-los”. Muitos sonhos se realizam; alguns não.
Senhor Presidente,
O que estamos vivenciando agora,
nesta seção solene, é a realização de um sonho acalentado por muito tempo: o de
um dia transpor o adro (ou átrio) da Academia Parnaibana de Letras, tomar
assento em uma de suas cadeiras e galgar a Glória da Imortalidade.
Na língua inglesa há uma
afirmação mundialmente conhecida que diz: “never give up your
dreams” que em português significa “nunca desista de seus
sonhos”.Andei perto de desistir, porém, como tudo em nossa vida só acontece
por inspiração do Pai Celeste, e no momento certo, graças ao apoio e incentivo
de alguns amigos e acadêmicos, hoje estou realizando o antigo
sonho.
Senhoras e Senhores,
De início desejo agradecer a Deus por ter me proporcionado vivenciar
este momento ímpar em minha vida, marcado pela emoção, pela alegria, e
principalmente, por muita felicidade, pois a cadeira que vou assumir a de
número 35 tem como patrono o segundo Bispo de Parnaíba e o primeiro
piauiense a ser ordenado bispo, Dom Paulo Hipólito de Sousa Libório e como
primeiro e último ocupante, o meu conterrâneo, maranhense de Tutóia, e por que
não dizer, o meu benfeitor nesta cidade de Parnaíba, o jornalista Rubem da
Páscoa Freitas. Também quero agradecer aos acadêmicos que depuseram
confiança em minha pessoa para que eu pudesse ingressar nesta instituição. E
aqui, solenemente, comprometo-me honrar e dignificar esta confiança que a mim
foi dada, e podem ter certeza senhores acadêmicos, que tudo farei para zelar e
elevar cada vez mais o nome deste sodalício.
Senhoras e Senhores,
É
praxe em solenidades como esta, nas Academias, tecer-se comentários, mesmo que
de forma sucinta, ao patrono da cadeira, e também ao seu último ocupante. Como
o tempo é exíguo, a biografia destas duas ilustres personalidades será
publicada na edição deste ano do Almanaque da Parnaíba, que é hoje a Revista da
Academia, e num livreto que será distribuído ao final da solenidade de posse,
durante o coquetel. Entretanto vou falar resumidamente sobre os dois, e um
pouco, de como foi minha vinda à Parnaíba.
O MEU PATRONO
Dom
Paulo Hipólito de Sousa Libório (1913-1981), uma pessoa simples, sem vaidades e
que tive o prazer de conhecê-lo. Era meu fã, segundo ele, pois escutava
atentamente o comentário “Crônica da Cidade”, por mim escrito e levado
ao ar de segunda a sábado, ao meio dia, através da Rádio Educadora de Parnaíba
dentro do noticiário Rádio Repórter Educadora sob a
responsabilidade e coordenação do jornalista Batista Leão, de saudosa memória.
Dom Paulo era
piauiense. Nasceu em Picos no dia 10 de outubro de 1913. Faleceu em
Teresina aos 68 anos
no dia 31 de março de 1981.
De família católica, sobrinho do monsenhor João Hipólito (que deu
o nome ao município piauiense de Monsenhor Hipólito). Foi
ordenado sacerdote em Roma.
RUBEM FREITAS
O Comunicador Social do Piauí
Como
enfatizei no início desta oração, foi um convite do Jornalista Rubem Freitas
que me motivou vir residir em Parnaíba. Eu não o conhecia pessoalmente. Só de
nome. Conhecia o seu irmão, o pintor, o boêmio, o poeta, o menestrel Nonato
Freitas, autor de “Aquarela de Tutóia”uma belíssima canção que
exalta a beleza do lugar e sempre é cantada ou executada nas solenidades
cívicas daquela cidade maranhense.
Foi após o
baile comemorativo da inauguração do prédio da agência da Capitania dos Portos
em Tutóia que fui apresentado ao Rubem.
Foi
Rubem que me apresentou à sociedade parnaibana, ajudou-me a conseguir emprego
como professor de inglês, o que serei eternamente grato, a ele e aos seus
familiares. Uma das características deste cidadão que me antecedeu nesta
cadeira era: ajudar e ajudar as pessoas, ou em outras palavras “fazer o
bem sem olhar a quem”...
A
história de vida de Rubem Freitas é muito rica e extensa. Difícil até de ser
contada nas poucas linhas de um discurso. Pretendo futuramente editar um livro
contando sua vida, seu trabalho, sua obra no jornalismo da Parnaíba e do
Piauí.
EU
E PARNAIBA
Como
já ressaltei, vim a Parnaíba atendendo convite do Jornalista Rubem Freitas. A
partir daquela data criei o amor e a estima por esta cidade e pelo seu povo
cuja característica principal é a boa acolhida a todos aqueles oriundos de
outras plagas que aqui chegam como foi o meu caso. Tornei-me
cidadão parnaibano, não por força de título de cidadania, sim por opção
própria, porque escolhi esta cidade para residir, constituir família... e
assim foi feito. Aqui nasceram meus filhos, estão nascendo netos, nascerão
bisnetos, trinetos, tetranetos que comumente chamamostataranetos e
assim por diante, a prole se estenderá até a última geração.
Portanto
senhoras e senhores, o momento agora é para se agradecer. Agradecer a Deus,
como já fiz no início. Agradecer aos acadêmicos pelo apoio. Agradecer
aos familiares do Rubem pelo respeito, pela amizade e pela consideração que têm
para com a minha pessoa. Agradecer à minha família por todos os momentos de
nossas vidas, à minha esposa Maria da graça (a Cisa) pela compreensão e
paciência comigo, aos meus filhos Anselmo e Andrezza que estão aqui presentes,
ao Pedro Henrique meu neto de apenas sete meses, às netas Crisális, à Maria
Julia que reside em Teresina e à Zaira Maria, minha neta escritora, que com apenas
sete anos de idade já escreve crônicas. Finalmente,
senhores acadêmicos, agradecer ao povo parnaibano, aqui representado pelas
autoridades presentes e pelas pessoas que lotam este auditório. Muito obrigado!
Muito obrigado mesmo, pela acolhida que a mim foi dada a partir daquele dia 31
de outubro de 1971e permanece até hoje. Termino com esta quadra de
minha autoria:
Sou filho do Maranhão
Vivo em terras piauienses
Não sei as que mais amar
Se as de L’a Ravardièrie
Ou se as terras de Mafrense.
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