Empresa que vai construir uma linha de transmissão de energia do Maranhão ao Ceará realiza Audiência Pública em Tutóia
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Mapa das linhas de transmissão do Brasil |
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Esquema do projeto |
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Mesa de abertura |
Os ventos do litoral do Maranhão poderão ser usados para a
construção de um dos maiores parques eólicos do país na produção de energia
eólica e isso vai movimentar a economia na região, com infraestrutura de
estradas e também dos serviços, mas trará, sem dúvida, um impacto bem maior
sobre o meio ambiente, não somente com alteração da paisagem, mas com supressão
de vegetação, alteração dos habitats de espécies em extinção entre outros (o
que aliás está previsto no EIA-Estudo de Impacto Ambiental, realizado por uma
empresa contratada pela ARGO Energia. Do total de 30 impactos identificados, 26
deles são negativos(veja a imagem abaixo).
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Impactos do EIA-RIMA |
O projeto é grandioso. Somente a linha transmissão dessa
energia será de 1.152 quilômetros de extensão – ligando o Maranhão (na cidade
de Bacabeira) ao Ceará (complexo portuário de Pecém).
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Municípios que serão cortados pela linha de transmissão |
A linha passará por 42 dois municípios do Maranhão até o
Ceará. Além de mais dois que estarão dentro da abrangência do empreendimento
(um deles é Parnaíba-PI).
No município de Tutóia a linha passará por vários povoados como
Riacho do Meio do Carmo, Mutamba e Barro Duro. Várias torres serão implantadas
e a prefeitura vai receber o ISS- Imposto Sobre Serviço, além de programas de
compensação ambiental.
Para conseguir a licença de instalação e operação a empresa
precisa realizar audiências públicas em municípios polos.
A implementação de um projeto desse porte deverá trazer
impactos positivos e negativos, especialmente, alteração do meio ambiente, e,
por essa razão precisa de licença para implantação e operação que são
concedidas pelo IBAMA – Instituo Brasileiro de Meio Ambientes e Recursos
Naturais.
E nossa cidade, recebeu na última quinta-feira (23), uma
dessas audiências públicas polarizando vários municípios do entorno como
Araioses, Paulino Neves, Santana do Maranhão.
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Representante da ARGO |
Vários representantes da sociedade civil, dos governos e de
outros segmentos sociais de Tutóia, Paulino Neves, São Luis e outros municípios
acompanharam a apresentação do EIA – Estudo de Impacto Ambiental e do RIMA –
Relatório de Impacto Ambiental apresentado por técnicos do IBAMA, ICMBio, das
empresas ARGO e Eology Brasil.
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Representante do IBAMA |
Secretários do governo de Tutóia e de paulino Neves e
representantes de Associações, Sindicatos e vereadores acompanharam a audiência pública que
aconteceu à noite (das 18:30h e foi até às 00:30h).
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Vereador Raimundo Monteiro |
Vários líderes de segmentos sociais fizeram uso da fala e se
posicionaram com certa temeridade do impacto social e ambiental do projeto.
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Vereador Rogério de Tutóia |
Seu Edilson, presidente da Gleba Belágua, disse que a empresa
que fez o cadastro dos lavradores, o fez em horário que não agradou os
servidores e pediu esclarecimentos sobre o valor a ser pago aos lavradores que
terão suas terras cortadas pela linha.
Uma Ong de Direitos Humanos com sede em São Luis questionou o
impacto sobre comunidades tradicionais e sobre o meio ambiente.
O titular do blog também questionou o impacto ambiental, o
impacto social e o quanto da compensação para os agricultores familiares. Bem
como se os programas de compensação serão acompanhados pelo IBAMA.
Outros segmentos sociais questionaram a ausência do Ministério Público na reunião e a empresa disse que enviou convite a quem de direito.
As empresas ARGO, Ecology Brasil e IBAMA responderam todos os
questionamentos apresentados pelos presentes nesta audiência pública.
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Raimundo Rodrigues da Associação AMA Tutóia |
O projeto em números
Serão 44 municípios abrangidos
2.352 torres de 53 metros
Ao longo da linha serão 20 canteiros de obras
4.100 trabalhadores serão empregados (o que aliás, imagina-se
ser um número pequeno diante do tamanho do projeto e do impacto que este vai
trazer). Destes apenas 50% será destinado para trabalhadores sem qualificação
acadêmica, o que acaba sendo muito pequeno.
2.100 proprietários terão as suas terras no caminho da linha
de transmissão (estes receberão uma pequena indenização, e alguns certamente
terão construções removidas)
O projeto vai passar ainda por dentro de três Unidades de
Conservação e Áreas de Preservação Permanente.
O que dizem os
empreendedores?
Segundo a empresa ARGO, apesar dos impactos, “o resultado
será positivo pois poderá diminuir os problemas com oscilação de energia na
região, pois cobre uma área do país que ainda está descoberta por linhas de
transmissão. E, esse projeto atende a um projeto do Governo Federal de ampliar
as redes de transmissão de energia” disse o engenheiro chefe, Márcio Severi.
A empresa Ecology Brasil, responsável pelo EIA-RIMA, disse
que “os lavradores podem continuar plantando na área da linha de transmissão,
mas algumas limitações, ou seja, as lavouras tradicionais continuam”
acrescentou Anderson Oliveira.
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Márcio Severi da ARGO
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Ong de São Luis
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Processo da empresa no IBAMA |
Texto: Elivaldo Ramos
Fotos: Daniel Monteiro
Acesse os sites para mais informações
http://www.argoenergia.com.br/
http://www.ecologybrasil.com.br/site/
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