Wellington Ramalhoso, da CNN, em São Paulo
Presidente do Senado afirma que
eventuais interessados em impedir a realização de eleições em 2022 serão
apontados como inimigos da nação
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG),
afirmou nesta sexta-feira (9) que a realização de eleições regulares no Brasil
é inegociável e que não se pode admitir
nenhum retrocesso do estado
democrático de direito.
Pacheco
declarou que o Congresso brasileiro defende a “preservação absoluta” da democracia no país. “Embora seja óbvio
dizer, mas eu direi, a preservação de algo que é inegociável, o estado de
direito e a democracia, o estado democrático de direito que uma geração antes
da minha conquistou e a minha tem obrigação de manter. Não podemos admitir
qualquer tipo de fala, de ato, de menção, que seja um atentando à democracia ou
que seja um retrocesso. Portanto, tudo que houver de especulações de algum
retrocesso ou a frustração das eleições de 2022 é algo que o Congresso não
concorda e repudia. Isso advém da Constituição à qual devemos obediência.”
O presidente do Senado também disse que os eventuais interessados em frustrar
as eleições no país serão
apontados como inimigos. “Todo aquele que pretender um retrocesso será apontado pelo
povo brasileiro como inimigo da nação e como alguém privado de patriotismo.”
Pacheco negou que a declaração acima se referisse especialmente ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que nesta semana afirmou que não haveria eleição no país caso o voto impresso não seja aprovado.
O
presidente do Senado citou que o debate sobre o voto impresso é objeto de um
debate no Congresso e que a decisão a ser tomada pela Câmara dos Deputados e
pelo Senado sobre o tema, favorável ou não à proposta, deve ser respeitada por
todos os poderes.
Bolsonaro
aponta supostas fraudes em eleições passadas, mas não apresenta provas. Até
hoje não se comprovou nenhuma irregularidade no uso de urnas eletrônicas no
sistema eleitoral brasileiro.
“Eu
confio na Justiça eleitoral brasileira, não acredito que tenha havido fraudes,
não acredito que o sistema está suscetível à fraude em 2022”, ressaltou Pacheco
nesta sexta.
Temor de crise institucional
O parlamentar
fez o proncunciamento e respondeu a questões dos jornalistas ao fim de uma
semana em que a escalada de ameaças às eleições e ataques a outras instituições
feitos por Bolsonaro aumentaram a tensão no país e o temor de uma crise institucional.
Trocas de farpas entre integrantes da CPI
da Pandemia e militares também elevaram a tensão.
Apesar da
situação e da iniciativa de fazer o pronunciamento, Pacheco afirmou que os
atritos estão resolvidos e que poderá conversar com os comandantes das
Forças Armadas para encerrar qualquer discussão. "Os episódios desta
semana estão esclarecidos e encerrados e devemos olhar para frente". O
congressista ressaltou que mais importante para o país é a união do Executivo
com o Congresso, o Judiciário, a sociedade e a imprensa para combater "a
fome, a miséria, o desemprego e a desessperança".
"A
democracia está consolidada em nosso país, assim como as instituições, embora
especulações aconteçam, mas eu tenho absoluta convicção do compromisso de cada
instituição com a democracia, sem risco algum que haja retrocesso", frisou
o presidente do Senado, que manifestou solidariedade ao presidente do Tribunal
Superior Eleitoral (TSE) e integrante do Supremo Tribunal Federal (STF), Luis
Roberto Barroso, alvo de ataques de Bolsonaro.
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