Silêncio de Pazuello prejudicará trabalho da CPI, diz Renan Calheiros

 Caio Junqueira e Murillo Ferrari, da CNN, em São Paulo 14 de maio de 2021 às 09:55 | Atualizado 14 de maio de 2021 às 10:16

O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello
Foto: Carolina Antunes/PR (6.ago.2020)

Em ofício enviado ao ministro Ricardo Lewandowski, do STF, relator da comissão diz que ex-ministro é peça-chave para entender atuação do governo na pandemia

Em ofício enviado nesta sexta-feira (14) ao ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), o relator da CPI da Pandemia, senador Renan Calheiros (MDB-AL) afirmou que a eventual concessão de habeas corpus para o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello prejudicará os trabalhos de investigação da comissão.

A Advocacia-Geral da União (AGU) entrou na quinta-feira (13) com um habeas corpus no STF para blindar o ex-ministro – a ideia é que Pazuello compareça à CPI, mas possa ficar em silêncio quando questionado.

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No documento obtido pelo analista de política da CNN, Caio Junqueira, Calheiros diz que, por ter comandado o Ministério por 10 dos 15 meses da pandemia no país, o ex-ministro da Saúde "é peça fundamental no fornecimento de informações quanto à participação de pessoas que, de algum modo, contribuíram para o colapso do sistema de saúde”.

“A ausência de seu depoimento ou sua recusa em responder às perguntas prejudicará sobremaneira a condução dos trabalhos da CPIPANDEMIA”, diz o senador.

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Em outro trecho do documento, o relato da CPI afirma que Pazuello dá demonstrações de ter a intenção de dificultar os trabalhos da comissão parlamentar desde que ela foi criada pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG),  para cumprir decisão de outro ministro do STF, Luís Roberto Barroso.

“Negar-se a responder à CPI equivale a esconder do povo brasileiro informações cruciais para compreender o momento histórico, responsabilizar quem tenha cometido irregularidades e evitar que se repitam os erros que levaram à morte de quase meio milhão de brasileiros inocentes, até agora”, argumenta.

CNN apurou que Lewandowski deve divulgar até o fim da tarde desta sexta (14) sua decisão sobre o habeas corpus preventivo pedido pelo ex-ministro da Saúde.

Caso ele rejeite o pedido, ex-ministro, que foi chamado à CPI como testemunha, estará obrigado a responder todos os questionamentos dos senadores.

 


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