Oito ciganos foram presos em Tutóia durante ação da Policia Federal por fraude no INSS que levanta desvio de milhões
A Polícia Federal deflagrou na
manhã de hoje (08) a “Operação Biditos”, para desarticular uma organização
criminosa especializada em fraudes a benefícios assistenciais do INSS,
concedidos a idosos e deficientes. Dentre os presos há uma servidora do INSS em
Parnaíba, um vereador, um empresário e um funcionário público municipal, todos
de Piripiri.
Além dos quatro, outros 15
foram presos, todos integrantes da família do vereador, que se autointitulam de
ciganos. O vereador foi identificado como Genival Santos Cordeiro,
conhecido como Genival Cigano, que foi preso no Hospital Regional Chagas
Rodrigues. O parlamentar é apontado como um dos beneficiários desse
esquema. A polícia disse que o empresário tem participação porque teria ajudado
a resgatar documentos de uma das ciganas presas em outubro do ano passado
durante uma outra investigação da polícia civil que investigava crime de
estelionato.
O policial federal Lucimar Sobral
explicou ao Jornal do Piauí de hoje que o rombo causado pela quadrilha vai
muito além dos R$ 320 milhoões que a polícia já conseguiu constatar.
“Levantamentos iniciais até a
deflagração dessa operação nós tínhamos 320 benefícios que já haviam sido
fraldados por essa organização criminosa, essa quadrilha e a partir das buscas
e apreensões realizadas hoje, nós pudemos constatar que o rombo foi muito mais,
esses 320 milhões foi apenas uma amostragem do que essa quadrilha conseguiu
fraudar me benefícios. Alguns benefícios desses falsos já datam de mais de 10
anos, que eles estão recebendo esses benefícios, alguns são recentes, mas os
primeiros que a gente conseguiu identificar já recebem há dez anos e apenas
esses 320 inicialmente identificados, nos conseguimos constatar um desvio de
mais de 27 milhões para a previdência, então o prejuízo efetivo que o INSS já
teve monta mais de R$ 27 milhões”, esclareceu.
A investigação iniciou há
aproximadamente oito meses e contou com o apoio da Gerência Executiva do INSS
no Piauí.
Estão sendo cumpridos na Operação
dez mandados de prisão preventiva, nove de prisão temporária e 29 de busca e
apreensão nos municípios de Piripiri, Parnaíba, Brasileira, Cocal, Barras,
Tianguá/CE, Tutóia/MA e Paraíso do Tocantins/TO, todos expedidos pela 3ª Vara
da Justiça Federal em Teresina/PI.
Ao todo, 145 Policiais
Federais dos Estados do Piauí, Ceará, Maranhão, Rio Grande do Norte, Paraíba e
Tocantins estão envolvidos na operação. A deflagração contou ainda com o apoio
do Segundo Batalhão da Polícia Militar em Parnaíba/PI.
Prisões em Tutóia-MA
Com o apoio dos policiais
militares do 2º BPM, de Parnaíba, foram presas oito pessoas, sendo uma mulher e
sete homens no povoado Bom Gosto, no município de Tutóia-MA. Além disso, foram
apreendidas sete armas (três pistolas e quatro revólveres), carregadores e
munições, quatro veículos (01 Hillux, 01 corolla, 02 Toros).
A Polícia Federal de Parnaíba
fez a abordagem ao grupo de ciganos que estava acampado no município de Tutóia.
A
polícia também apreendeu uma grande quantidade de cartões bancários e talões de
cheques, identidades falsas e outros documentos que comprovariam a prática da
fraude. Todos foram encaminhados para
Delegacia da Polícia Federal em Parnaíba.
Prejuízo
chega a R$ 27 milhões
Em nota, a Superintedência da
Polícia Federal no Piauí informou como agia a quadrilha. “Identificou-se na
investigação que a organização criminosa recebia mensalmente cerca de 320
benefícios assistenciais fraudulentos e adotava como modo de agir a criação de
pessoas fictícias por meio da falsificação de documentos públicos (tais como
certidões de nascimento, carteiras de identidade e CPFs, dentre outros), que
eram utilizados para a obtenção dos benefícios em diversas agências do INSS no
Piauí e Ceará.
Esses benefícios com indícios
de fraude causaram um prejuízo efetivo ao INSS no montante de R$ 27.669.685,27.
A Justiça Federal já determinou a suspensão de tais benefícios, medida que
evitará um prejuízo mensal ao INSS de R$ 305.280,00 e um prejuízo futuro
estimado superior a 19 milhões de reais”, destacou na nota.
Os investigados deverão responder
pelos crimes de associação criminosa (artigo 288 do CPB), estelionato
qualificado (artigo 171, § 3º, do CPB), falsidade ideológica (artigo 299 do
CPB) e uso de documento falso (artigo 304 do CPB).
A Justiça Federal também
determinou o bloqueio de contas bancárias dos presos e a suspensão do exercício
da função pública para a servidora do INSS e para o servidor da Prefeitura de
Piripiri/PI.
Após a lavratura dos procedimentos
legais na Superintendência da Polícia Federal os presos serão encaminhados ao
Sistema Prisional, onde ficarão custodiados à disposição da Justiça.
O nome da Operação “BIDITOS”
decorre da expressão utilizada por alguns dos membros da quadrilha, que se
dizem ciganos, para se referirem aos cartões de benefícios do INSS em seu
dialeto.
Fonte: Cidade Verde /
Adaptações: Ruy
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