BRASIL: Petrobras deixa de investir e não pode atender demanda por combustível

 

O resultado mais prejudicial da política criminosa de preços praticada pela Petrobras nos últimos anos pode estar por estourar no mês de novembro.

Deixando de lado investimentos em ampliação da capacidade de produção para focar estritamente no lucro a ser distribuído aos acionistas, a Petrobras cancelou unilateralmente 50%, ou mais, dos pedidos de compra de combustíveis, segundo informou a associação de distribuidoras Brasilcom.

“As reduções promovidas pela Petrobras, em alguns casos chegando a mais de 50% do volume solicitado para compra, colocam o país em situação de potencial desabastecimento”, afirma a Brasilcom.

Apenas no último trimestre, a Petrobras auferiu lucro líquido de R$ 42,9 bilhões e distribuiu R$ 31,6 bilhões em dividendos, exemplificando o volume de recursos que deixou de ser reinvestido na estatal para evitar que a situação de desabastecimento sequer fosse cogitada.

Dados da própria estatal comprovam falta de investimento no parque de refino condizente com as necessidades do mercado brasileiro, que a Petrobras detém o monopólio.

Operando entre 75% e 80% da capacidade desde 2018, a situação com a retomada da economia piorou e subiu para 90%, o que, finalmente, ligou o alerta na cabeça dos “lucrocratas”.

Segundo a Petrobras, o mercado brasileiro de diesel, por exemplo, “foi abastecido tanto por sua produção, quanto por importações”. Acontece que com a reabertura do mundo após o momento mais grave da pandemia, a demanda pelo produto disparou e ficou mais caro importar.

Isso levou ao aumento de 20% nos pedidos de diesel e 10% nos de gasolina à Petrobras, que, nunca é demais ressaltar, detém o monopólio do setor e agora se vê incapaz de garantir a demanda doméstica.

Caso o risco de desabastecimento não seja afastado, os preços na bomba devem subir ainda mais. Entretanto, a desculpa de seguir a cotação internacional não será suficiente para esconder a incompetência dos gestores da Petrobras.




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