Por Vanessa Fajardo, G1
Apenas 53% dos jovens brasileiros estavam matriculados no ensino médio
em 2015. O índice é muito inferior ao observado nos países da Organização para
Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), onde a média de
matrícula dos estudantes de 15 e 16 anos é de 95%.
Os dados, divulgados nesta terça-feira (12), são do levantamento
"Education at Glance 2017", da Organização para Cooperação e Desenvolvimento
Econômico (OCDE), que
compara, no cenário internacional, dados do sistema educacional dos 34 países
membros da OCDE. Assim como a Rússia, o Brasil não integra a OCDE, mas compõe o
relatório.
No Brasil, o índice de escolarização piora depois que o jovem completa
18 anos: nesta idade, menos da metade está na escola. As taxas estão abaixo da
maioria dos países da OCDE, onde pelo menos 90% dos jovens de 15 a 17 anos
estão no ensino médio, e, em média, 75% dos que têm 18 anos estão no ensino
superior.
Outro dado que reflete o problema do ensino brasileiro é o tempo de
conclusão. Só metade dos alunos brasileiro completa esta modalidade de ensino
dentro de período ideal, de três anos. O estudo aponta que em 68% dos países da
OCDE este período de conclusão é mais rápido.
O estudo mostra, ainda, que aos 17 anos, 92% dos indivíduos estavam
matriculados no ensino médio em toda a OCDE, atingindo 100% na Irlanda, na
Eslovênia e no Reino Unido.
Ensino superior
Embora, os 18 anos sejam uma idade transição entre a educação básica e o
ensino superior, o estudo mostra que, em média, em todos os países da OCDE, 26%
dos jovens de 19 anos ainda estão matriculados no ensino médio.
Segundo a OCDE, 90% dos jovens de 19 anos da Finlândia, Polônia,
Eslovênia e Suécia estão no ensino médio, enquanto 61% dos coreanos estão
iniciando o ensino superior com esta idade.
Cursos
No Brasil, os cursos de graduação na área de negócios, administração e
direito representaram 37% dos graduados em 2015 (a média da OCDE é 24%). A
segunda área mais popular entre os universitários é o de educação, que
representou 20% dos diplomados, o dobro da média da OCDE. Somente Costa Rica e
Indonésia têm maior participação de diplomados no campo da educação, com 22% e
28%, respectivamente.
Baixo gasto por
aluno
O relatório da OCDE aponta que o investimento em educação representa uma
grande parcela dos recursos do país, mas o gasto por aluno está abaixo da média
da OCDE.
"O governo brasileiro gasta 0,6% de seu produto interno bruto (PIB)
na educação básica (a média da OCDE é 0,8%) e as instituições públicas gastam
3.800 dólares anuais por criança. Esta despesa por estudante é inferior à
metade da média da OCDE (US$ 8,9 mil)", aponta o estudo.
A OCDE ainda destaca que o investimento está na média do gasto de outros
países da América Latina: abaixo do Chile e Costa Rica, mas acima da Argentina
e do México. O estudo aponta que os índices mais baixos de investimento em
educação ocorrem, sobretudo, por causa dos baixos salários para provessores e
pelo fato de haver um menor número de professores por aluno.
A OCDE considera que o salário inicial do professor no Brasil é de US$
13 mil para o ensino primário para o ensino secundário, consideravelmente
abaixo das médias da OCDE para esses níveis, que são todos acima de US$ 30 mil.
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