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Nesta segunda (6), a
polícia colherá novos depoimentos dos vizinhos parentes da criança de 10
anos que foi assassinada pelo ex-companheiro de sua mão, Robert Serejo, de 31
anos. Os investigadores querem confirmar a versão que o assassino contou durante
um depoimento na tarde do último sábado (5). O ex-padrasto de Alanna Ludmila
disse não ter contado com ajuda na execução do crime e que fez tudo “de caso
pensado”.
A polícia também
quer checar algumas informações repassadas pelo assassino no depoimento
como, por exemplo, quem deu cobertura para a fuga dele e onde ele permaneceu
abrigado enquanto era procurado. “São alguns termos do crime que ainda precisam
ser esclarecidos. Mas a grande pergunta, ou seja, quem fez este ato bárbaro já
foi respondida”, disse a chefe do setor de Feminicídio da Polícia Civil,
delegada Viviane Azambuja.
Robert Serejo foi
preso enquanto tentava sair da capital maranhense, no início da tarde de
sábado,5, no km 21 da BR-135. Segundo a Secretaria de Segurança Pública do
Maranhão (SSP), dois policiais militares estavam, por coincidência, na van que
o assassino entrou para se dirigir ao interior ao estado. Eles o reconheceram e
o conduziram até o posto da PM na Estiva.
Em seguida, um forte
aparato policial, que contou com policiais do BPChoque e do 21º Batalhão, foi
mobilizado para fazer a escolta. Vários populares se concentraram na entrada da
sede da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic) revoltados
e ameaçando linchar Robert Serejo. Por falta de condições de segurança e devido
ao clima tenso, o assassino foi conduzido, por volta das 13h30, para o comando
da PM, onde o depoimento foi colhido.
O secretário
de Segurança Pública , Jefferson Portela, descartou a participação da mãe
da criança, Jaciane Borges, no crime. Em algumas redes sociais, áudios de
supostos vizinhos insinuavam a participação dela no homicídio. “Confirmamos a
versão dela [mãe] que a mesma estava em uma entrevista de emprego, e
logo,descartamos a participação”, disse.
O delegado-geral da
Polícia Civil, Leonardo Diniz, aproveitou a coletiva para se defender das
críticas feitas às investigações, que não localizaram de forma mais rápida o
corpo de Alanna – que estava no quintal da sua própria residência. Segundo o
delegado, como a primeira linha de investigação conduzia para o
desaparecimento, não havia justificativa para fazer uma verificação mais
minuciosa da casa. “Os familiares, inclusive, nos disseram que já havia sido
feita uma varredura na casa. Portanto, a polícia não viu necessidade de
encontrar o corpo justamente na residência”, disse.
Depoimento
Em depoimento,
Robert Serejo deu mais detalhes sobre como cometeu o assassinato de Alanna. O
assassino contou que já sabia que a mãe de Alanna iria sair e que a criança
estaria por várias horas sozinha em casa. Ele chegou à residência por volta das
9h30 e bateu na janela do imóvel. Ele chegou à residência por volta das 9h30 e
bateu na janela do imóvel. Sem a resposta da criança, que provavelmente não
ouviu o sinal, o assassino pulou o muro e entrou na casa pela porta dos fundos,
já que ele tinha a cópia da chave.
Quando entrou na
casa, a criança estava no banheiro, trajando apenas uma blusa e de toalha.
Assustada, ela pensou em gritar, no entanto, o assassino tapou a boca da
menina. Acuada, Alanna foi estuprada e, em seguida, asfixiada. Segundo Robert
Serejo, a motivação foi pelo fato da criança implicar e falar mal dele para a
mãe. A polícia confirmou ainda que Robert Serejo não tinha antecedentes
criminais.
O velório e
sepultamento de Alanna Ludmila ocorreu em clima de comoção. O corpo dela foi
transportado, da escola onde estudava, até a Central de Velórios Pax União, em
Paço do Lumiar, na manhã de sábado,4, em carro do Corpo de Bombeiros. Várias
pessoas acompanharam o cortejo, que passou por algumas vias do município.
Ao chegar ao
cemitério, o corpo de Alanna foi recebido com muitos aplausos. Após um momento
religioso, aconteceu o enterro. A mãe de Alanna, Jaciane Borges, estava
visivelmente emocionada e disse que perdoava as pessoas que haviam feito isso
com a filha dela. “Eu perdoo quem fez isso”, disse.
Entenda o caso
Alanna Ludmila foi
dada como desaparecida pelos familiares e pela polícia na quarta-feira (1).
Vizinhos e familiares da criança informaram que não havia sinais de
arrombamento na casa. A mãe de Allana disse que havia saído para uma
entrevista de emprego. Nesse intervalo, ainda de acordo com Jaciane Borges, a
criança permaneceu sozinha em casa por várias horas.
Na quinta-feira (2),
diante da evidência inicial de que Alanna havia sido raptada, a polícia
intensificou as buscas a procura da menina. Além de pessoas próximas, também
foram ouvidos amigos de Alanna.
No dia seguinte, um
vizinho da residência da família da jovem sentiu um forte odor putrefato vindo
do imóvel de Jaciane Borges e encontrou o corpo de Alanna coberto por entulhos
no quintal. Centenas de pessoas se concentraram próximo da casa e manifestaram
sentimento de revolta e dor com o que tinha acontecido. Peritos do Instituto de
Criminalística (Icrim) analisaram o cenário do crime, que foi parcialmente
alterado por populares, já que não houve o isolamento imediato do local onde
foi encontrado o corpo. O corpo de Alanna foi removido para o Instituto Médico
Legal (IML), onde ocoerreu os procedimentos periciais.
Indícios de
descontrole
O avô da criança
assassinada, Juscelino dos Santos Pereira, disse que Robert Serejo apresentava
sinais de descontrole emocional. Segundo o avô de Alanna, Serejo “estava tendo
surtos psicóticos e olhava, até mesmo, demônios dentro de casa”.
Juscelino relatou
também que Alanna jamais reclamou com ele que estava sendo abusada sexualmente.
Porém, o pai de Jaciene contou que Robert Serejo implicava com Alanna de forma
constante.
Fonte: cn.radio.br
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