Vítima do próprio sistema: vereador diz em sessão plenária que houve negligência atendimento no Hospital Lucas Veras
Tenho recebido algumas críticas,
especialmente, de governistas por postagens feitas aqui nesta página pessoal.
Mas, uma coisa é certa: os últimos anos tem sido de muita dificuldade para o
povo tutoiense.
Na tribuna da Câmara de Vereadores
na sessão plenária da última quarta-feira (01) ouviu-se uma espécie de
lamentação de um dos parlamentares. O vereador afirmou que foi vítima do
descaso do atendimento do Hospital Municipal Lucas Veras. Ele foi vítima do
“próprio sistema”. Vítima de uma situação que se repete com frequência naquela
unidade de saúde. Só que com cidadãos comuns.
Em posts passados recordo, os
blogueiros da cidade retrataram o caos que está instalado no Hospital Lucas
Veras e uma legião de defensores e bajuladores do governo se encarregaram de
tentar desqualificar a informação. Defendiam que os repórteres estariam sendo
sensacionalistas. Alguns chegaram a acusar de terem montado as cenas. Isso não
é verdade. A caótica situação é visível em vários espaços do hospital, desde a
recepção com grades enferrujadas e cadeiras com assentos rasgados a lixo ao céu
aberto, enfermarias em estado de total abandono, etc.
Mas, voltemos ao caso do vereador
que afirmou em plenário que a enfermeira chefe do plantão foi negligente quando
não deu a devida atenção à sua filha de apenas três anos de idade que deu
entrada na emergência com um fragmento de lápis em uma das narinas depois de um
descuido na escola. Negligência. Essa palavra foi várias vezes repetidas pelo
parlamentar. Embora já ditas antes em postagens, soou diferente proferida por
um vereador aliado do governo, em sessão plenária. Ele afirma que quase perdeu
a razão e acusou as atendentes de descaso no atendimento. Uma situação instável
se instalou ali. Não tendo atendimento, relata que dirigiu às pressas até a
cidade vizinha de Parnaíba para acudir a criança.
Outras palavras ficaram
subentendidas como Descaso, Caos, Desgoverno.
Fora vítima de uma situação que
poderia facilmente ser evitada ou mesmo minimizada se os próprios parlamentares
fizessem apenas o seu papel que é o de fazer leis municipais e fiscalizar as
ações do executivo (prefeito municipal). Tão somente isto bastaria para se
vislumbrar novos horizontes em Tutóia. Aliás, fiscalizar e legislar são duas
coisas que não se vê em Tutóia. Vê-se mais brigas pelo poder que atuação
parlamentar. E, por anos os governos tem dado um jeito de “ter” a maioria da
Câmara sob sua rédea curta.
O atendimento do hospital
continuará sendo igual ou pior com nosso povo como foi ontem, será hoje e
talvez por muitos amanhãs. E, um ou outro,
vereador poderia dizer que não é sua a responsabilidade da gestão e sim
do prefeito. Estaria correto. No entanto, é sua obrigação fiscalizar se está
sendo feito. E pergunto: quantas comissões ou quais vereadores já fizeram visitas
ao hospital para constatar o que ali vive o tutoiense na hora mais difícil de
sua vida (a da doença)? Relatar na Câmara ou mesmo no Ministério Público e
pedir que se resolva os casos? Quantos? Quantas vezes?
Essa função do legislativo não se
vê em Tutóia, talvez pelos exorbitantes gastos que muitos têm para se eleger o
que os leva a “angariar” compensações no governo.
A coisa chegou ao grau máximo de intolerância.
“Eles” estão sendo vítimas do próprio sistema. É fato que está tão caótico o
serviço público em Tutóia que não se sabe a quem recorrer. A enfermeira talvez
sem qualquer condição digna de trabalho, pois, está no seu limite, também é
vítima. Faltam cursos de relações humanas. Falta material. Aliás, o próprio
ambiente de trabalho ali não é humano.
Que esta matéria não seja entendida
como perseguidora. Que sirva apenas de alerta. Que o governo tome o rumo certo.
Que não deixe nosso povo morrer à míngua. Que sirva de exemplo àqueles
escolhidos pelo povo para lhe reivindicar e garantir o básico, e apenas o
básico.
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