Litoral de Tutóia: beleza e pobreza dividem o mesmo espaço

Amanhã farei uma aula de campo com um grupo de alunos e então resolvi conferir mais uma vez o trajeto que faremos para nada sair do programado. Até aí tudo bem. Problema é ver e ouvir as mazelas pelas quais, há anos, passam os moradores do Bairro Cajueiro (sede de Tutóia) que está incluso no trajeto da minha aula de campo.

Uma senhora abordou-me e disse: - Tá tirando foto pra mandar o prefeito fazer a rua? - Parei. Conversamos. E, ela lamentou: - Moro aqui há quinze anos e nunca arrumaram minha rua. Falta água, não tem iluminação pública, mas a gente paga certinho todo mês. (...) Eles (os políticos) só vêm aqui em época de campanha moço. Nos despedimos e segui meu trajeto. Inconformado com essa mazela política da Tutóia, lógico.

As fotos a seguir mostram o descaso do setor público e a braveza de muitas famílias em resistir a falta de serviços básicos como pavimentação, água encanada, eletrificação e iluminação pública, rede de esgoto, entre outros. O Posto de Saúde há mais de um ano entrou em reforma e não tem placa indicando início, valor ou mesmo conclusão da obra. Enquanto isso a população sofre.

No primeiro plano de algumas imagens fica evidenciada a pobreza, a necessidade básica e a ausência dos serviços básicos que deveriam ser ofertados pela prefeitura. Mas, lá no fundo - segundo e terceiro planos - da imagem se mostra uma beleza natural ímpar em Tutóia: praia, sol e dunas a perder de vista. Belezas que se houvesse uma política voltada para o fomento do turismo estaria gerando emprego e renda para aquela população sofrida dali e também para o município. 

Você meu querido leitor conhece um pedaço dessa triste realidade agora, aqui, e amanhã de manhã meus alunos do 6º ano do IEMMa irão visualizá-la e depois produzir relatórios sobre esse e outros aspectos geográficos.

E pra distrair relato uma situação meio cômica, meio assustadora dessa tarde (rsrsrsrsr): ao sair do Bairro Cajueiro e já quase chegando à praia, uma matilha com cinco cães avançou pra cima de mim. Aperreado, arranquei uma moitinha (um pé de cera, como conhecemos por aqui) tentando afugentar os cachorros, mas dois deles avançavam e me deixavam numa situação difícil, e ao voltar os olhos pro lado oposto, pra minha surpresa ou, sei lá, uma sensação de medo, um senhor que vinha, desembainhou uma faca e a apontou no meu rumo. Confesso que preocupei-me. E pra piorar, quando bati com o mato no chão para afugentar os cachorros, meu braço quase deslocou e não conseguia voltá-lo pro lugar. Muita dorrr, aperreio... E, o homem aproximando-se, aproximando-se, finalmente disse: - se um deles parti pra cima de mim, eu mato ele. Ufa! Escapei. rsrsrsrsrsrsr, Até amanhã.

Além do Bairro Cajueiro, vamos passar pela Avenida Paulino Neves, Calçadão (Rua Senador Leite) e Praça Getúlio Vargas. Objetivo: observar a mudança na paisagem de Tutóia ao longo de anos e quais elementos do passado permanecem no presente nessa paisagem.
Cais

Calçadão

Calçadão

Calçadão

Praça Getúlio Vargas - Prefeitura Municipal 

Praça Getúlio Vargas

Praça Getúlio Vargas

Praça Getúlio Vargas - Igreja Nossa Senhora de Nazaré

Residência dos anos 60 que permanece sem muitas alterações na fachada

Rua de areia Bairro Cajueiro

Bairro Cajueiro - residência sem energia elétrica, sem água pública. Extrema pobreza


Bairro São José - casebres e dunas ao fundo

Bairro São José - casebres e dunas ao fundo

Duna ameaça "engolir" essa residência, Bairro São José

Ocupação de paleoduna


Posto de Saúde do Bairro São José



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